Paul Ardenne

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Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha
29 abril 2016 – 17:30

Sinopse

A cidade é, desde a modernidade o «cronótopo» por excelência das intervenções artísticas. A proximidade com o público, a co-criação, a emergência de um espectador em princípio emancipado constituem o seu espírito. Não sem problemas ou ambivalência, nomeadamente quando a criação urbana, livre à partida, se institucionaliza. Com um risco: a perda de radicalidade política, em proveito da alienação, da submissão e do controle.

O conceito de interface, neste quadro, não implica uma aderência perfeita, uma fusão das partes. Mais do que no perfeitamente funcional, o interface realiza-se pelo contrário no molecular, difuso, incerto, flutuante. São questões essenciais, já que o laço social se tem vindo a desfazer consideravelmente. Paul Ardenne

Nota biográfica

Defino-me como um escritor. De ficção, em primeiro lugar – embora não tenha nunca verdadeiramente aprofundado este domínio, mas pouco importa. A escolha da escrita impôs-se para mim desde muito novo, devido às  minhas origens humildes: é o médium do pobre, do minimal, o mais transportável  e o menos complexo, mas com um poder incontestável de expressão. Procuro a ligação e a solidão, o enraizamento e a extração, a sedentarização e o nomadismo. Enquanto grande viajante percorri grande parte da Terra, especialmente de mota. Sou um homem do “dentro/não dentro”, aceito o sistema e vomito-o ao mesmo tempo. Encontrei no âmbito da cultura uma família de pensamento que me é muito cara, e que tento realçar nos meus estudos sobre a arte, a arquitetura ou a cultura de hoje. A família dos anarquistas integrados. Era moderno aos vinte anos e hoje em dia sou pós-moderno. Não tenho fé em nada à exceção da máxima de John Rawls, não aceites para o outro aquilo que não aceitarias para ti. Ateu, materialista, antiautoritário, antifascista (incluindo contra aqueles que o filosofo Gilles Deleuze chamava de “fascistas de esquerda”), partidário da apropriação racional e da partilha generosa.

Professor efectivo (Agrégé) de História, doutorado em Artes e Ciências da Arte. É docente no departamento de Artes na Universidade de Amiens e colaborador das revistas Artpress e ArchiSTORM. Autor de vários livros centrados na actualidade estética, destacando-se Art, l’âge contemporain (1997), L’Art dans son moment politique (2000), L’Image Corps (2001), Un Art contextuel (2002), Portraiturés (2003). Outras publicações: Extrême – Esthétiques de la limite dépassée (2006), Images-Monde. De l’événement au documentaire (com Régis Durand, 2007), Art, le présent. La création plastique au tournant du 21ème siècle (2009), Moto, notre amour (2010), Corpopoétiques 1 (2011) e 2 (2012), Cent artistes du Street Art (2011). Enquanto curador no campo da arte contemporânea, Paul Ardenne concebeu as exposições, «Micropolitiques» (Grenoble, 2000), «Expérimenter le réel» (Albi-Montpellier, 2001 e 2002) e «Working Men» (Genève, 2008). Foi um dos comissários convidados da exposição «La Force de l’art», no Grand Palais em Paris, de Maio a Junho em 2006. Comissariou outras exposições: «Ailleurs » (Paris, 2011), «Art et bicyclette» (com Fabienne Fulchéri, Mouans-Sartoux, 2011), «WANI» (com Marie Maertens, Paris, 2011), «L’Histoire est à moi!» (Primavera de Setembro em Toulouse, no festival de criação contemporânea, edição 2012) «Aqua Vitalis» (com Claire Tangy, Caen, 2013), «Motopoétique» (MAC Lyon, 2014), «L’oiseau volé» (Paris, 2014), «Économie humaine» (HEC, 2014), «Filip Markiewicz, Paradiso Lussemburgo», Pavilhão do Luxemburgo, 56.a Bienal de Arte de Veneza (2015), «Fragmentations», Hybride 3, Bienal de Douai (2015), 1.ère bienal art nOmad, «Sublime de voyage» (2015), «La Littorale», Bienal de Arte Contemporânea da Costa Basca (Anglet, em curso, 2016), «Love Stories» (Photaumnales de Beauvais, a decorrer em 2016). Paul Ardenne é também autor nos domínios da arquitetura e urbanismo. Publicou várias monografias entre as quais as de Rudy Ricciotti, Alain Sarfati, Philippe Gazeau, Brunet & Saunier, Jacques Ferrier, FGPa, 5+1AA e Franklin Azzi. Co-organizou em 2012 (com Barbara Polla), em Genève, um colóquio international sobre Arquitetura Emocional. Realizou um ensaio sobre urbanidade contemporânea Terre habitée – Humain et urbain à l’ère de la mondialisation (2005, reedição aumentada em 2010).

www.paulardenne.wordpress.com